terça-feira, 8 de março de 2011

Carnaval e o Exílio

Por Z. Leid Silva

   Estando fora do Rio de Janeiro há dois meses e meio, nunca senti tantas saudades da minha terra natal quanto agora. Não por causa do tempo, nem por desgosto de Nova Iorque que é uma cidade absolutamente sensacional! Mas o fato de estar tão distante na época mais gloriosa da cidade.
   Não se fala em outra coisa (além do BBB, vide textos anteriores), nos jornais, Facebook e telefonemas familiares, o assunto majoritário é o Carnaval. Há 8 anos eu pulo carnaval no Rio, desses 8, talvez um eu tenha passado fora da cidade.
   Começou a bater uma saudades do calor de 40 graus, refrescado por uma bela cerveja comprada de um ambulante no meio de um bloco, aonde travestis com seios gigantescos brindam junto com mauricinhos, bebendo melzinho com cachaça, enquanto um adolescente urina em uma banca de jornal ao mesmo tempo que degusta um churrasquinho de gato, ao som da bateria de um bloco com nome de duplo sentido e de um vendedor que grita em plenos pulmões: "Olha o sacolé!".
Isso enquanto fadas, rastafaris, princesas, piratas, blackpowers de todas as cores, anjos, empregadas e diabos bebem, fumam, vomitam, dançam e gritam desordenadamente no meio das ruas.
   Talvez vendo dessa forma não seja uma descrição muito atrativa para você que está passando o carnaval no Rio de Janeiro, mas morando em uma cidade em que não se pode beber na rua, é do caos que sinto saudades.

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