quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Luxúria Minimalista

por Z. Leid Silva, (correspondente internacional)


   Viajando pela American Airlines, de Nova Iorque para Los Angeles, resolvi tomar um drinkzinho para relaxar e ajudar a passar o tempo. Enquanto contemplava a bebida (um Gin em miniatura do freeshop e gelo) comecei a reparar nas pessoas a minha volta. 
   Tipos diferentes mas com uma "peculiaridade em comum", estávamos todos viajando as 6 horas da manhã de natal (eu culpo o fuso horario do Brasil pela precocidade do meu drink, já que este vôo era conexão). Casal nipônico bem vestido no inicio dos seus 40 anos, brasileiro que apesar do vôo americano, insistia em falar em inglês com a tripulação, um famoso rapper que tomava Champagne na classe executiva, a americana saudável que comia vegetais num saquinho ziplock ao meu lado, além da jovem mãe que não conseguia conter seu filho que gritava loucamente graças a um jogo de vídeo-game.
   Após um certo tempo de observação e graças ao Gin, veio a obvia necessidade de ir ao toalete. O banheiro mais próximo estava ocupado e decidi aguardar em pé, já que o Gin estava agindo a todo vapor. Já estava quase perdendo a paciência e a classe e quase pedi um copinho para aeromoça, quando ouço o barulho da tranca se abrindo. Eis que para minha surpresa sai a jovem senhora nipônica (e eu que pensei que os japoneses eram mais rigorosos com alimentação e não teriam esse tipo de problema intestinal).
E eu estava certo, porque (agora) para minha perplexidade sai o senhor nipônico da mesma cabine ajeitando o cachecol.
   Ao entrar no banheiro percebi que estava com a mesma sensação de entrar em um motel barato. O inútil questionamento: "Será que esta maçaneta esta limpa?"
Até porque devido as proporções do local todos os cantos tem potencial. 
   E aí eu fiquei pensando que apesar do mito, transar em um banheiro publico de 1 metro por 1 metro à quilômetros do chão não me parece muito atrativo. Banheiro de boate, não é limpo, mas tudo bem. Carro, é apertado, mas beleza. Agora, transar em um carro que é latrina de 200 pessoas... Nem tanto.
   Ao desembarcar tive a certeza de que a América, graças a globalização, não é mais tão puritana.

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