quinta-feira, 21 de julho de 2011

Alternativo Agora é Ser Playboy

Por Boris Y.


No Rio de Janeiro não há nada mais alternativo do que ser playboy, em um total contra-senso com as demais metrópoles do meu Brasil varonil, ouvir 50 cent, Lil’Wayne e outros lixos importados e nacionais é o que há de mais alternativo nesta cidade.

Não foi sempre assim, eu nasci no final dos anos 80, cresci nos 90 e comecei a sair nos anos 00, ou seja, era alternativo quem ia ao Dama, Galeria, Bunker 94 (atual Lojas Americanas da Raul Pompéia, lamentável...), Garage e outros lugares esses sim obscuros, mas hoje as coisas se inverteram, todo mundo é “alternativo”!!

A antiga cena “alternativa” se tornou o mainstream carioca (odeio quem fica falando mainstream pra lá e pra cá, mas tudo bem), e se considerarmos que ser alternativo é quem não está com a maioria e a maioria agora são os “alternativos”, os alternativos de verdade são os playboys (que confusão!), que hoje, quem diria, são minoria.

Não se trata de uma crítica aos novos pseudo-alternativos, longe disso, é até um elogio, hoje a maioria dos jovens cariocas (da zona sul ao menos) já conseguem tolerar as diferenças e playboys e patricinhas dividem espaço com gays, lésbicas, roqueiros, grunges e emos. Estranho, alternativo de verdade, agora é quem não é capaz de se misturar com todos e se esconde nos “novos guetos” da Baronnetti, Praia, Londra, Bar do Copa, etc (mais uma vez, quem diria).

Aos poucos as pessoas deixam de se classificar como da cena “gay”, da cena “rock” ou da night (playboy) e passam a se misturar tornando o que antes era extremamente heterogêneo em uma grande massa homogenia "alternativa" que eu prefiro chamar de futuro, e o futuro meus queridos já começou no Rio. Plim, plim.
 
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Muito em breve postarei um texto sobre essa noite “pseudo-alternativa” carioca, o crescimento, os lugares e grupos empresariais que a compõe, além de uma análise das principais “festas” e do som “tipo the strokes”.
 
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Essa semana em uma feira agropecuária no interior de São Paulo um Homem e seu filho foram espancados, sendo que ele teve a orelha arrancada a mordidas, pois foram confundidos com homossexuais enquanto estavam abraçados. Um pai não pode abraçar um filho? Cancelem o dia dos pais!!! E se fossem dois gays, não poderiam se abraçar? É uma pena que os agredidos da vez não tenham sido o Pastor Silas Mafalaia e seu malafainho; Crivella e seu crivelinho; Rosinha e sua clarissinha; Garotinho e seu garotinhoinho; Bolsonaro se seus filhos deputadinho estadual e vereadorzinho em um ménage; ou Magno Malta e seu maltinha, para sentirem na pele a violência que a estupidez deles provoca na massa acéfala que eles guiam, e a diferença que a educação da tolerância às diferenças não poderia fazer. Obrigado "presidenta" por cancelar o kit anti-homofobia apenas tentando salvar a cabeça do Palocci por pressão dos imbecis supracitados.

3 comentários:

  1. Parabens pelo blog. Abraços

    http://radiowebsafira.blogspot.com

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  2. Isto é o bom de uma sociedade, as diferenças entre tribos e grupos encontradas em cada uma delas, cada um respeitando o espaço, as escolhas e limites de cada um. Só é chato quando o diferente se torna comum.

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  3. nunca gostei dos termos "playboy"... "mauricinho"... "playson" e similares... pra mim tudo remete a futilidade... um bando de adolescente futil.. e ainda tem gente q gosta de ser chamado assim

    "Bahia torrão onde impera o amor
    Bahia cidade de são salvador
    Bahia de mil tradições
    Dos santos até seus rincões
    "

    Verso de um mito incontestavel do samba, um dos maiores que eu ja tive a oportunidade de ouvir... Mário Sousa Marques Filho... o popular "Noite Ilustrada"...

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    www.ouvindoparalamas.blogspot.com
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