Durante minhas curtas férias do Desbunde cheguei a uma conclusão sobre mim mesmo: exerço atração sobre malucos. Quando digo malucos não estou me referindo àqueles caras estranhos que usam dreads, nem a pessoas bêbadas ou cheias de THC, falo em malucos psiquiátricos.
Não sei bem porquê, mas eles vêm falar comigo. Sentam-se perto de mim em cafés, ônibus ou bancos de praça. Deve vir escrito na minha testa que não sou normal, já que, dificilmente, eu passo desapercebido por eles. Todos, em seus delírios mais insanos, puxam papo. E eu respondo.
Não tem tantos dias, eu peguei minha bicicleta e fui ao Arpoador ver o pôr do sol. Do meu lado, dividindo o banco de madeira, sentou-se um mendigo inconformado que desengatou a contar sua vida. Eu ouvi a novela sem dar muita bola, muito distraído com a paisagem, até que ele falou:
"- Eu vou aprender a falar inglês." Surpreso com a colocação, tive de perguntar o por quê. Pra pedir dinheiro em outras línguas qualquer um poderia ensiná-lo. A resposta foi ainda mais inesperada:
"- Pra poder falar mal do Rio pros gringos." Antes que eu pudesse fazer qualquer comentário, ele me pediu meu cigarro. Assim que dei, meu amigo mendigo saiu correndo.
Podem até me achar doido, mas tem muita gente pior.
Eu me identifiquei com diversos elementos desse texto.
ResponderExcluirSeguindo, é claro.
Ah, eu adoro mendigos e pessoas com problemas psiquiátricos.
ResponderExcluirDigamos que eles não seu meu público alvo, mas não consigo ser totalmente indiferente a eles.
ResponderExcluirNunca se sabe o dia de amanhã.
Att.
Onofre