sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A falta que o Big Brother me faz

por Z. Leid Silva

   Antes de mais nada, respondendo ao título, NENHUMA.
   Morando desde o final de Dezembro nos Estados Unidos, pela primeira vez em 10 (ou 11?) anos eu desconheço completamente os participantes do Big Brother Brasil e suas peripécias. O que, admito, foi difícil, afinal todos os sites que eu visito atualmente fazem alguma menção diária ao programa. 
   Na primeira pagina dO Globo Online para celular (que carrega apenas as 7 ou 10 notícias "mais importantes") abaixo da Renuncia do ditador Egípcio, da Dívida herdada por Dilma na presidência e a quantia paga pelo governador do Rio às Escolas de Samba lesadas com o incéndio na cidade do samba, estava a "notícia": "Fulano Venceu a prova do líder!"
Democracia no mundo árabe, economia do país e do estado comparado há 12 marmanjos brincando de gincana de festa infantil. Isso é serio?
 Em todas as outras páginas que eu freqüento sou bombardeado com informações irrelevantes sobre o programa. Nos sites de humor piadas sobre a sexualidade dos participantes, nos de música apresentações internacionais no programa são comparadas à mega shows, nos de fofoca verdadeiros dramas Shakespearianos e logicamente os pornôs apresetam flagras exclusivos de ação embaixo do edredon.
   E assim as celebridades são criadas. Há uns 6 anos atrás, em uma famosa boite careta de Ipanema, lá pelas 2 da manhã, quando o álcool agia no seu auge, eu tentava passar entre as pessoas para chegar ao banheiro. Depois de atravessar alguns metros me espremendo entre as pessoas subitamente se tornou impossível passar. Aguardei pacientemente por 4 minutos até que me irritei: "Porque que ninguém ta andando?"
Uma Patricinha de 17 anos se vira para trás e responde como se fosse óbvio: "O Kleber Bam-Bam está aqui!!!"
"Grandes merdas!" eu respondi. A menina se virou, irritada.
   Como se não bastasse, no show do Mr. Catra (O Poeta) que fechava a noite começou assim: "Vou cantar uma parada na moral, pro meu irmão! Anh-han Anh-han... É o bonde no Bam-Bam."
O homenageado então levanta do seu camarote e munido de uma garrafa de Champagne e um charuto cubano começa a dançar.
Já tinha passado da hora de ir embora!
Em Los Angeles eu vi o Anthony Hopkins, ator renomado, ja fez uma infinidade de filmes e já ganhou um oscar, circulando livremente em um restaurante. Já o Kleber Bam-Bam, que fez a turma do Didi causando o caos em uma boate de patricinhas. Qual o limite do ridículo?

 Por enquanto permaneço ignorando a nova edição. A próxima vez que eu for em uma night talvez eu fique menos decepcionado se eu não souber quem é o figurão.

Um comentário:

  1. Caramba em? Triste ler algo assim! Penso que a galera estuda muito e quando vai para a balada é para esquecer do estresse, cutir coisas lights. Mas, o negócio pode ser mais grave né? Um monte de mentes ocas vangloriando coisas pequenas e se esquecendo de que o que deve ser valorizado está ficando cada vez mais nas mãos dos espertos. Ou seja, daqui a pouco o exclusivo vai mesmo ser exclusivo pois as coisas boas de antes agora costa mais e mais e chama-se luxo. Comento com algumas pessoas que gosto de Diana Krall e sou considerado velho. Ninguém conhece Summer de Vivaldi! Mas, nem por isso sou careta... qualquer música que me comentarem é bem provavel que eu conheça. O que falta mesmo é a galera pensar mais e deixar de ser miolo mole! ...hihihi...

    Gostei de sua postagem!!! Sucesso e grande abraço!

    http://neowellblog.blogspot.com/

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